Suplementação de creatina e treinamento de força: alterações na resultante de força máxima dinâmica e variáveis antropométricas em universitários submetidos a oito semanas de treinamento de força (hipertrofia)

A equipe de pesquisa da Universidade Federal de Campinas UNICAMP-FEF realizou um estudo analisando as alterações na força máxima dinâmica e variáveis antropométricas em universitários submetidos a oito semanas de treinamento de força (hipertrofia).

Participaram deste estudo, 18 universitários do sexo masculino, com idade entre 19 e 25 anos. Divididos entre dois grupos, A (creatina) e B (placebo), foi adotado o protocolo duplo-cego.

Protocolo do treinamento de força

Foi aplicado durante oito semanas, sendo que, durante as duas primeiras semanas o treinamento teve por objetivo proporcionar ajustes neuromusculares nos estudantes, nas seis semanas subseqüentes o treinamento visou o aumento da Resistência de Força Máxima e massa muscular (hipertrofia). A programação do treinamento foi realizada em seis sessões por semana, de segunda a sábado.

Protocolo de suplementação

Foi aplicado o protocolo proposto por Souza Junior (2002) , a partir do estudo de Volek et al (1999). Durante a terceira semana de treinamento os sujeitos do grupo A consumiram 30g de creatina monohidratada por dia, divididas em cinco doses iguais de 5g em intervalos de 3 a 4 horas, da quarta a oitava semana, foram administradas 5g de creatina monohidratada por dia, correspondendo à fase de manutenção. Por sua vez, o grupo B recebeu o mesmo esquema de suplementação, sendo o placebo utilizado a maltodextrina.

RESULTADOS:

Alterações morfológicas

Ao analisar os efeitos do treinamento e suplemento utilizado, foi possível observar que o grupo que fez uso de Creatina apresentou aumentos estatisticamente significativos para Massa Corporal e Massa Isenta de Gordura, sem alterações significativas no perfil de gordura corporal. Já para o grupo placebo, as alterações observadas nestas variáveis podem estar relacionadas a variações casuais e não a efeitos do treinamento. A alteração percentual da Massa Isenta de Gordura foi significativamente superior no grupo creatina em relação ao grupo placebo.

Alteração na resultante de força máxima dinâmica

A análise mostrou que ambos os grupos melhoraram significativamente o perfil de força máxima dinâmica em todos os exercícios. Além disso, não foram observadas diferenças significantes entre os grupos creatina e placebo tanto no pré quanto no pós-treinamento.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

A pesquisa pode comprovar que independente da suplementação nutricional utilizada como recurso ergogênico, alterações positivas ocorrem de maneira significativa. Com base em estudos anteriores os autores constataram que independente do suplemento ingerido o treinamento de força foi capaz de induzir ajustes positivos na resultante de força máxima dinâmica ; contudo, a suplementação de creatina mostrou-se mais eficiente que o placebo, induzindo a maior aumento percentual e de delta na força.

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Texto: Revista Brasileira de Medicina do Esporte
Taís Braga
Educadora Física
Pós graduada em atividade para grupos especiais
CREF: 014618-G/MG

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